Numa época em que os historiadores, principalmente os memorialistas, retornam às estantes, é oportuno e alvissareiro que o Instituto Manoel de Oliveira Franco Sobrinho lance esta página para levar aos internautas brasileiros, mormente os paranaenses, a vida fecunda e a exponencial obra do Professor Dr. Manoel de Oliveira Franco Sobrinho.

Acredito ser um momento fastigioso na bibliografia do literato, como do pensador, do jornalista, do Mestre do Direito, do político e homem público, do jurista e do magistrado, cuja presença e atuação fulgura, imarcescível, em importante fase da nossa história, época de intensas transformações na sociedade brasileira.

A iniciativa do Instituto guarda grande originalidade: além de aflorar à memória nacional sua vida e obra, favorece-nos com a perspectiva do tempo, para testemunhar a verdade, a exatidão, a atualidade de seus princípios e ensinamentos. Bem ao gosto do que afirma Pietro Scanziani no livro L’aventura de l’uomo: “Il tempo non passa; il tempo arriva”.

Membro dos mais destacados sodalícios paranaenses e nacionais, Manoel de Oliveira Franco Sobrinho cedo plasmou sólido arcabouço intelectual no campo das letras e da crítica, ao convívio com os grandes pensadores dos séculos XIX e XX, como Victor Hugo, Bérgson, Marcel Proust, Jacques Maritain e outros.

Na magistratura, nas cátedras, nas tribunas parlamentares, no serviço público, nas redações dos principais jornais do Brasil e do exterior, Delegado na ONU, Observador Parlamentar na UNESCO, pontificou-lhe, sempre, o brilho da inteligência, a integridade inabalável, o vigor da eloqüência, o ardor cívico, o inquebrantável comprometimento com as causas da justiça, o acendrado amor ao Paraná e ao Brasil.

Certamente não caberia nos limites desta página inaugural a figura de corpo inteiro de nosso Patrono. Trata-se de uma síntese, de um chamamento para futuras e gradativas inserções de obras já divulgadas e outras ainda não publicadas.

O Instituto rejubila-se em perpetuar a memória do Grande Mestre. Em nossos dias tem-se observado, malgrado nefastos exemplos, mas com bom augúrio, a renovação do interesse pelo pensamento dos nossos maiores, daqueles que cinzelaram em mármore o arquétipo e o referencial do Bem, do Bom, do Útil e do Justo. Não podemos, portanto, desmerecer o fato de que nosso personagem tenha sido, dentre eles, um exemplo sedutor, cujas idéias continuam a responder às angustias dos homens de hoje. Mesmo porque “o passado é justamente o que não passa”.